sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Diogo Bernardes

ADRIANA MONTEIRO
ALINE VANESSA DE SOUZA COSTA
LUAN PANTOJA
VANESSA CONRADO


Diogo Bernardes


Vida, Obra e Características de Diogo Bernardes (1530?-1596)
Literatura clássica, 1º período do renascimento/ humanismo e classicismo.

     
      Nascido em Ponte da Barca, porém há quem diga que na verdade nasceu em Ponte do Lima, por conta de documentos existentes no arquivo de suas publicações da obra: Rimas ao Bom Jesus. Filho de um tabelião e irmão de Frei Agostinho da Cruz, outro poeta português, Bernardes é um poeta Bucólico, chamado de o Poeta do Lima, um poeta de obra muito rica, porém bastante apagado, marginalizado e esquecido por conta da obra Camoniana que se sobrepôs a dos outros autores do Renascimento. Relacionou-se com António Ferreira, Sá de Miranda e Pêro Andrade Caminha, tendo partilhado com eles as concepções clássicas, como a fidelidade aos modelos greco-latinos e renascentistas espanhóis e italianos.

      Diogo Bernardes defende (digo "defende", no presente, pois ele eternizou-se através de sua obra) sua pátria em todo decorrer da leitura de suas obras. O Bucolismo em sua obra destaca-se claramente sob a influência dos clássicos greco-latinos (Longo, Teócrito ou Virgílio), mas também de clássicos mais ou menos coevos (os italianos F.Petrarca e J.Sannazaro, ou os espanhóis Garcilaso de la Vega, Fernando Herrera ou Barahona de Soto). Como já sabemos uma das caracteristicas principais do bucolismo é a comunhão com a natureza, por isso ele ressalta tanto a ocorrência do Rio Lima e toda sua historia ao decorrer de sua vida perto deste rio.

      Contudo, seu bucolismo apresenta-se ambivalente, na verdade dois ritmos poeticos: O primeiro é um lirismo mais luminoso e brando, de evidência renascentista, cantando o vale ameno e a fresca ribeira que emoldura o claro rio (bucolismo tranquilo); O segundo é um lirismo mais sombrio e queixoso, de filiação maneirista, em que o poeta se lamenta no seu vale de lágrimas, chorando com o rio (bucolismo dorido). É como se fossem dois movimentos do coração (sístole e diástole). Aliás, esta perspectiva é legitimamente aplicável a outros poetas contemporâneos de Bernardes, como Camões.

      Suas obras foram preparadas em três volumes: Várias Rimas ao Bom Jesus e Virgem Gloriosa Sua Mãe e a Santos Particulares (1594), O Lima (1596) e Rimas Várias. Flores do Lima (1597). A poesia de Bernardes tem composições tradicionais, redondilhas e medida nova (soneto, écloga, carta e canção).

      Diogo Bernardes tinha uma admiração muito grande por rios, preferia falar sobre os rios Tejo, Douro, Mondego, Leça e Vez, e claro, o rio Lima. Sua obra bucólica refletia a melancolia da doce paisagem, mas em sua obra já se encontrava traços do discurso barroco: recorrência de antíteses, paradoxos e enumerações, preciosismos e efeitos rebuscados.
     
      Tenha acesso a obra completa e original de Diogo Bernardes, em seguida, baixe em PDF AQUI  AQUI e AQUI.



Soneto LXXXVII

Leandro em noite escura ia rompendo
As altas ondas, delas rodeado
No meio do Helesponto, já cansado,
E o fogo já na torre morto vendo;

E vendo cada vez ir mais crescendo
O bravo vento, e o mar mais levantado;
De suas forças já desconfiado,
Os rogos quis provar, não lhe valendo.

"Ai ondas!" (suspirando começou):
Mas delas, sem lhe mais alento dar,
A fala contrastada, atrás tornou.

"Ai ondas!(outra vez diz) vento, mar,
Não me afogueis, vos rogo, enquanto vou;
Afogai-me depois quando tornar".

Diogo Bernardes


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